Paris, 5º e 6º dia
Domingo em Paris, domingo no
parque. Quer dizer, se tivesse calor, né? Mas não estava. Resolvemos ir à
igreja e o itinerário precisava de dois ônibus. Mas, sem problemas, uai! Aqui é
o país do transporte que funciona! Pegamos o primeiro ônibus, tudo certo,
claro! Ficamos esperando o segundo ônibus, que demoraria 11 minutos segundo o
já elogiado cronômetro do abrigo. Quando eu já estava feliz que o cronômetro
zerou, porque estava bem friozinho, o ônibus não apareceu e o cronômetro foi
para 18 minutos... WHAT??? Como assim, gente? Até aqui esse negócio de ônibus
no final de semana é complicado? Nos atrasamos muito e resolvi voltar para
casa.
Samuel foi para um ensaio (para
variar!) e eu fiquei em casa fazendo hora. O que eu poderia fazer? Pensei em
fazer exercício físico, mas sem chance eu sair para andar na Cidade
Universitária (bem próxima daqui) nesse frio. Fiquei pensando até que tive a genial
ideia de... COZINHAR! Já posso ouvir um “que o Senhor proteja as panelas, o
fogão e tudo o mais que ela puser a mão”.
Então, eu peguei a sobra do arroz
do dia anterior, abri meu belo livro da Dona Benta (obrigada, Glaucia!) e abri
na página dos “bolinhos de arroz”. Faltava alguns ingredientes, mas mesmo
assim, vamos lá! Dizem que o melhor ingrediente é o amor. Cozinhei o arroz no
leite e depois coloquei farinha e ovos. No lugar do queijo parmesão eu usei emmenthal
pois é o que tinha em casa. Não tinha noz moscada e nem salsinha, então eu
coloquei a pimenta que tinha aqui. Pensei em colocar o tempero baiano que minha
sogra usa mas fiquei com medo e não coloquei (nada contra, viu, sogrinha?). Também
pensei em ir no quintal pegar uns matinhos só para ter algo verde no bolinho,
mas desisti. Mentira, gente, eu não iria colocar capim no bolinho.
Vamos à parte complicada: eu não
tinha óleo, só manteiga. Meu marido disse que era só substituir, que não tinha
problema. Mas ele só queria me animar, porque não deu certo como deveria não. A
manteiga não era suficiente, então na hora de fritar, não ficou tão bonito, né?
Mas, olha, apesar de tudo, fiquei feliz com o resultado e até tirei uma foto. Meu
marido comeu e gostou. Acho que o amor é cego e também sem paladar. Podem pedir
perdão ao Senhor todos vocês que julgaram que a cozinha estaria destruída...
Na segunda-feira, tomamos uma
decisão que iria mudar minha vida aqui em Paris: eu iria fazer um NAVIGO. Esse
negócio é o Bilhete Único daqui e você pode carregar pela semana, ou pelo mês e
ano. Pagando a taxa, você utiliza o transporte quantas vezes quiser no dia.
Sabe o que isso significa? LIBERDADE!!! Estou exagerando, mas é legal sim! Todo
mundo se sente francês com esse tal de NAVIGO. Com ele você passa rápido na
catraca, faz cara de nativo sabe tudo, e pronto!
Meu marido delegou a missão de eu
ir sozinha fazer esse negócio. Ensaiamos o discurso em francês, eu coloquei uma
roupa legal e saí toda bonita. Eu andei bastante a pé para chegar na estação
porque o melhor lugar não era na estação aqui pertinho. Atravessei toda a cidade
universitária daqui, acho que deve dar uns 5 km. Mentira, dá uns 800 metros até
lá só de ida. Cheguei no balcão, e falei direitinho: “Bonjour, s’il vous plâit,
je voudrais faire une carte de Navigo” (bom dia, por favor, eu gostaria de
fazer um cartão Navigo). A funcionária me olhou e entendeu meu francês! Me
perguntou se eu tinha levado os documentos necessários. Eu entendi e entreguei
tudo para ela. Ela me olhava, olha os documentos e me olhada de volta. Aí, eu percebi
que tinha levado um documento errado! Ai, meu Deus! Ela não aceitou fazer o
cartão, claro! E ficou me olhando com cara de desconfiada. Minha senhora, eu
sou honesta, viu? E então, eu cantei: “você não sabe o quanto eu caminhei pra
chegar até aqui...” Mentira, não cantei não. Mas eu voltei todo o percurso morrendo
de frio. Eu simplesmente não sentia o meu nariz! Coloquei o cachecol cobrindo o
rosto inteiro, só dava para ver os olhos. Descobri que para mim não há glamour
no frio. Fiquei brega, mas quentinha.
Cheguei em casa, tomei um chá para
me aquecer, e depois voltei na estação com o documento correto. Fiquei chateada
de ter que voltar lá, afinal eu não prestei atenção. Mas, pensando pelo lado
positivo eu faria o meu exercício do dia. Calculando 800 metros por 4 dá um bom
percurso. Que Pugliese que nada! Eu mesma monto meu programa de exercícios, basta
esquecer sempre alguma coisa.
Resultado da missão "Navigo":
Sucesso! Consegui o cartão, venci o frio e fiz exercício físico. Vou ali
desfrutar da liberdade de ir e vir do transporte francês e já volto para contar
mais.
Beijos da Suburbana!
ai meu deus!!! que orgulho!!! adoro seus "apartês" kkkkkk dou muita risada!! beijinhos, nathalie
ResponderExcluirviu, eu me redimi, professora!
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ResponderExcluirCool
ResponderExcluirolha! tem carioca por aqui... rsrsrs
ExcluirEstou amando ler suas histórias e facetas... kkkk
ResponderExcluirBjks
Tio M@rcelo
êeeeeeee
ExcluirKķk Gostei do bolinho!!!!!Isso aí, tem que tentar ,daqui a pouco teremos mais receitas.bjs
ResponderExcluirAhhh, vamos ver! Acho que não tenho esse dom, não... rsrsrsrs
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